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Friday, October 21, 2011

Uma visão básica e essencial sobre Autotools - Parte I


O que é o Autotools?

O Autotools ou, como também é chamado, GNU build system é comumentemente utilizado por desenvolvedores de software livre para tornar seu programa bastante portável e, principalmente, para prover uma automatização ao projeto.
Com o GNU Make já é possível obter uma automatização sensível na elaboração e construção de qualquer projeto, entretanto, quando usamos o GNU Automake até o próprio arquivo de Makefile é gerado automaticamente, ou seja, não é mais necessário gastar tempo na codificação de um arquivo Makefile, por exemplo.
A Ferramenta GNU Autoconf é mais interessante ainda. Com ela é possível gerar scripts que configuram seu projeto de forma automática, adaptando-o ao sistema que está sendo usado e verificando as dependências necessárias.


Colocando a mão na massa!

Neste post, abordaremos uma visão simples e fácil para utilizarmos o Autotools em nossos projetos.

Antes de iniciar, devemos baixar os pacotes essenciais. Com um simples apt-get (para sistemas Debian-like) resolvemos o problema.

$ sudo apt-get install autoconf automake

Depois de instalados, podemos iniciar a automatização de nosso projeto com um "Hello World!" básico a seguir,

// helloworld.c
#include <stdio.h>

int main(int argc, char *argv[]) {

printf("Hello world!\n");

return 0;
}

Para dificultar colocaremos o código-fonte em uma pasta chamada "src" e na pasta base criaremos o makefile a seguir,

#makefile

all:
gcc -o helloworld src/helloworld.c

clean:
rm -r -f helloworld *.o src/*.o

Portanto, já temos nosso código base na pasta "src" e o makefile na pasta raiz. Agora iniciaremos o uso do GNU Autotools. Para isso, realizaremos todas as operações na pasta raiz (onde se encontra o makefile). Portanto, no shell devemos efetuar primeiramente,

$ autoscan

Gerando dois arquivos: o autoscan.log e o configure.scan. Devemos renomear esse útlimo para que ele sirva como entrada para geração do script de configuração pelo comando autoconf.

$ mv configure.scan configure.ac

e por fim,

$ autoconf

Notemos que foi criado um script chamado "configure" e uma pasta chamada "autom4te.cache". Veremos mais a frente o porquê esta pasta é necessária.

Antes de executarmos nosso script devemos renomear o nosso makefile para "makefile.in". Afinal, ele será um input para o script gerar o makefile.

mv makefile makefile.in

Já podemos então executar o script configure.

./configure

A saída esperada será:

checking for gcc... gcc
checking whether the C compiler works... yes
checking for C compiler default output file name... a.out
checking for suffix of executables...
checking whether we are cross compiling... no
checking for suffix of object files... o
checking whether we are using the GNU C compiler... yes
checking whether gcc accepts -g... yes
checking for gcc option to accept ISO C89... none needed
configure: creating ./config.status
config.status: creating makefile
config.status: error: cannot find input file: `config.h.in'

Notemos que ele não achou o arquivo de entrada "config.h.in", porém ele gerou o makefile.
Logo, podemos executar esse script em qualquer máquina para gerar o makefile automaticamente, verificando as dependências.

Agora basta um simples comando make para compilar e gerar o binário desejado.

Por fim, chegamos aos primeiros passos da utilização do GNU Autotools, mais a frente iremos aprender novos conceitos, inserir bibliotecas e gerar um makefile a partir do Automake.


Referências

Algumas Referências interessantes sobre Autotools:

http://www.lrde.epita.fr/~adl/autotools.html
http://markuskimius.wikidot.com/programming:tut:autotools